Falta interesse dos arquitetos? Economia descabida do poder público e incorporadores? Despreparo? Ou tudo isso?
Ana Paula Rocha
O programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, que completa seis meses em setembro, trouxe desafios não só para as incorporadoras e construtoras, que vem se adaptando para atender essa fatia de mercado, mas também para os arquitetos, que devem apresentar projetos habitacionais inteligentes. Ao todo, serão cerca de 400 mil casas para a faixa entre zero a três salários mínimos e 600 mil unidades para faixas entre três a dez salários.
Aliar a industrialização, produção em massa, baixo orçamento e novas tecnologias parece ser a única solução para tornar o programa realidade. A padronização também tem sido vista com bons olhos por algumas empresas. A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) de São Paulo, por exemplo, inaugurou, em diversas cidades do estado, casas-modelos construídas sob o novo padrão de projeto da empresa, que incorpora conceitos de Desenho Universal, estabelecidos para facilitar a vida de pessoas com deficiência temporária ou permanente, crianças, idosos, gestantes e obesos.
José Bassalo |
Marcelo Fernandez |
Novas soluções para as habitações
O arquiteto e urbanista Raymundo De Paschoal, apesar de reconhecer a importância dos profissionais da arquitetura nos projetos de interesse social, acredita que ainda faltam novas soluções para o segmento. "Os programas para baixa renda resultaram até agora em conjuntos habitacionais sempre repetitivos, ignorando especificidades, condicionantes urbanas e mesmo sociais", afirma o também professor do Centro Universitário Belas Artes.
Para ele, os arquitetos trabalham de forma invertida: primeiro apresentam o conceito das residências, para só então fazer o levantamento, análise e diagnóstico verificando a viabilidade do empreendimento. "O projeto é um fato cultural, que precede à obra. O arquiteto não possui a decisão de construir ou não a obra. Mas nem por isso os arquitetos deixam de fazer arquitetura", afirma De Paschoal.
Paulo Fonseca |
Luiz Fernando |
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