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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bolívia quer alterar contrato de gás com o Brasil, diz estatal

20/08/2009 - 07h56

da Reuters, em Santa Cruz (Bolívia)

A Bolívia deseja modificar um contato de fornecimento de gás para o Brasil, de modo a depender menos de um mercado que considera instável e ganhar outros clientes na região, disse nesta quarta-feira (19) o presidente da estatal boliviana de energia YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), Carlos Villegas.

Em sua crítica mais clara até agora aos altos e baixos da demanda brasileira de gás, o executivo disse que a Bolívia considerava urgente uma mudança no contrato vigente até 2019, que ele considerou prejudicial ao seu país.

"Devemos preservar os interesses da Bolívia, da YPFB e das operadoras [privadas]. E para tal efeito começamos [a discutir], vamos continuar [trabalhando] na possibilidade de uma modificação do contrato com o Brasil, de tal maneira que o novo contrato nos libere uma quantidade importante de gás para destinar a outros mercados", disse Villegas em um encontro com funcionários governamentais e empresários petroleiros de vários países. "Não podemos viver na incerteza como atualmente estamos vivendo."

Nos últimos meses, a demanda brasileira pelo gás boliviano oscilou entre 21 milhões e 31 milhões de metros cúbicos diários.

Horas antes dessas declarações, o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que no sábado o seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fará uma visita oficial ao país para falar da questão do gás e de outros temas.

As exportações de gás boliviano para o Brasil atingiram em 2008 um valor recorde de US$ 2,85 bilhões, com uma média diária de 30 milhões de metros cúbicos e preços superiores a US$ 7 por BTU (Unidade Térmica Britânica, na sigla em inglês, que mede o poder calorífico do combustível; cada BTU equivale a 26,8 metros cúbicos de gás).

Neste ano, no entanto, a Bolívia se ressente da queda do preço do gás e da demanda brasileira, o que segundo Villegas "está gerando problemas a todos, aos operadores, à YPFB e ao Estado boliviano". A previsão para 2009 é de uma redução de pelo menos 30% no valor das exportações de gás da Bolívia para o Brasil.

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