Diz-se que esta tendência começou depois que Seichi Matsumoto publicou sua novela Kuroi Kaiju (Oceano negro de árvores) onde dois de seus personagens cometem suicídio ali, mas o lugar já tinha uma má reputação desde o início do século XIX.
Todas as semanas a polícia patrulha Aikogahara em busca de novos cadáveres.
Taro, um homem de 46 anos de idade que foi despedido de seu trabalho em uma usina siderúrgica, esperava se perder na escuridão do bosque.
- "Minha vontade de viver tinha desvanecido", disse ele. - "Tinha perdido minha identidade, de modo que não queria viver mais desta forma. Foi por isso que fui a Aokigahara".
O homem, que não quis ser identificado, estava nadando em dívidas e já tinha sido despejado do apartamento fornecido pela companhia onde trabalhava.
Taro perdeu o controle financeiro de sua vida, o que ele crê, ser a base de toda vida estável.
- "É necessário dinheiro para sobreviver. Se você tem uma namorada, precisa dinheiro. Se quer casar, precisa dinheiro. O dinheiro é tudo na vida".
Taro comprou uma passagem só de ida para o bosque. Quando chegou lá cortou os pulsos, ainda que as feridas não tenham sido suficientemente profundas para matá-lo rapidamente.
Ele começou a vagar pelo bosque. Desmaiou nos arbustos após delirar por vários dias a ponto de morrer devido à desidratação, a fome e por ter as extremidades congeladas. Taro perdeu todos os dedos de seu pé direito por causa do congelamento. Mas não perdeu a vida porque um excursionista encontrou seu corpo agonizante e pediu auxilio.
A história de Taro é uma das centenas que ocorrem no bosque de Aokigahara a cada ano.
A taxa de suicídio no Japão é uma das mais altas do mundo e aumentou recentemente por causa da crise econômica. No ano passado foram registrados um total de 2645 suicídios, o que representa um aumento de 15% com relação ao ano 2007 quando aconteceram um total de 2305 suicídios.
O governo japonês disse que a taxa de suicídios converteu-se em uma prioridade e prometeu reduzi-la em mais de 20% até 2016. Para isso planeja conscientizar os jovens nas escolas e nos locais de trabalho de que o suicídio não deve ser mais considerado como uma opção honrada ao se deparar com um falência ou a perda do emprego. Mas muitos temem que, se continuar o aumento do desemprego e das falências, a taxa poderia aumentar atingindo os níveis mais altos que ocorreram em tempos econômicos difíceis do passado.
As autoridades locais dizem que como última instância instalaram câmeras de segurança à entrada do bosque, para deter às pessoas de cometer suicídio.
Fonte: CNN.
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