A plataforma do PT para Dilma Rousseff revelada hoje não surpreende, mas diverte. Prevê ampliação do Estado cada vez mais intensa, por meio do fortalecimento de empresas e bancos estatais, a começar pelo BNDES, caixa forte do desenvolvimentismo. Isso já vem acontecendo no segundo mandato de Lula, que começou a bancar Dilma já no começo de 2007. E, como se sabe, vem acontecendo à custa do salto na dívida pública, da multiplicação dos cargos de confiança e do atropelamento de instituições como TCU, MP e Ibama, esses atrasadores de obras... Mas o documento explica que a crítica ao inchaço da máquina pública é coisa dos que promoveram o "desmantelamento" do Estado. Por isso, promete a "constituição de uma burocracia de alta qualidade, selecionada e promovida por critérios meritocráticos e republicanos". Bem, se tem algo que o governo não fez, e até o mais fanático lulista concorda, foi ocupar as estatais com critérios de mérito e de "coisa pública"; só se privilegiaram grupos de poder, como o mensalão deixou claro. O mais engraçado foi a declaração do presidente do partido, Ricardo Berzoini, de que o programa é "mais à esquerda, mas não mais esquerdista". É com essa riqueza de conceitos que o PT ainda pensa: esquerda é mais Estado, direita é menos; aquela pensa nos pobres, esta pensa nos ricos. Como o mundo fica fácil assim, não?
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