Por JUREMIR MACHADO DA SILVA
Jornal “Correio do Povo”, de Porto Alegre
Entrevista bombástica do ex-presidente do Internacional, Vitorio Piffero, a Luis Carlos Reche, na Rádio Guaíba.
Segundo ele, o Inter tinha recursos para fazer sozinho a reforma do Beira-Rio.
Por que não o fez?
Porque a Fifa exigiu garantias bancárias que o Inter não tinha assegurando os recursos para a conclusão da obra.
Piffero afirmou que o Inter tinha dinheiro no banco suficiente para a reforma da arquibancada que hoje está paralisada.
De quebra, o Inter corre o risco de ficar fora da Copa das Confederações.
Por que o Inter paralisou as obras?
Porque sofreu fogo amigo. Críticas internas ao modelo próprio de reformas.
E críticas externas, as da Fifa e da CBF.
Por quê?
A Fifa e a CBF queriam impor uma empreiteira do seu cartel, a Andrade Gutierrez.
Não interessava à turma da Fifa que o Inter fizesse a reforma por contra própria.
A Copa do Mundo precisa dar lucro a um grupo de parceiros.
Qualquer coisa fora disso é desautorizada.
O Inter chegou a contratar um executivo, de rápida e apagada passagem pelo Beiro-Rio, cuja missão se resumiu a convencer o atual presidente do Inter a cair no colo da Andrade Gutierrez.
Todos aqueles que criticavam essa decisão boa acima de tudo para a empreiteira foram acusados de atraso e ignorância.
O Inter podia ter feito como o São Paulo: não se submeter.
Mas havia duas razões para cair no colo da Andrade Gutierrez: a rivalidade infantil com o Grêmio e o desejo de alguns de fazer a sagrada vontade da CBF e da Fifa.
Na África, já se cogita derrubar alguns dos estádios construídos para a Copa de 2010.
No Brasil, só cartolas, alguns políticos e empreiteiras ganharão com a Copa do Mundo.
O Inter e o Grêmio têm tudo para sair como perdedores.
Serão perdedores felizes.
Farão papel de modernos.
Moderno é pagar aluguel para morar na própria casa.
É o neoliberalismo da CBF e da Fifa
Um neoliberalismo antigo, o dos negócios bons para alguns e ruins para muitos.
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