Gosto mais de Jeffrey Steingarten, “o homem que comeu de tudo”, entre os cronistas de gastronomia atuais, mas Anthony Bourdain é muito divertido, como se vê agora em Ao Ponto, novo livro do autor de Cozinha Confidencial. Por ter sido chefe e conhecido bem o fracasso antes da fama, ele não leva tão a sério um tema que parece estar sendo cada vez mais levado a sério. Bourdain tira sarros dos ricaços que pagam caro em restaurantes que não o valem; critica essa noção de que viciados são apenas doentes; afirma que a espécie humana foi projetada “para procurar e ingerir carne”; ataca jornalistas que se vendem por um prato de lentilhas; e, com particular interesse para o cenário brasileiro, desmonta essa mania atual de vender comidas caseiras ou rústicas a preços exorbitantes (alguns lugares andam vendendo arroz-feijão e purê como se fosse trufa com foie gras)… Ah, sim, ele também descreve seus prazeres culinários, como o lendário pássaro “ortolan” que come ao lado de chefs estrelados. E diz coisas como: “Maltratar a comida significa desperdiçar ingredientes de boa qualidade”, dando ênfase ao fato de que viajar para provar esses ingredientes nos locais em que são feitos com o devido frescor é a maior lição que se pode ter.
Vejo lá e ponho aqui
domingo, 25 de setembro de 2011
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