Vai para casa a única figura realmente interessante nesta Copa chatíssima: Diego Maradona. Terminou a jornada como começou: fazendo teatro. A entrevista coletiva que concedeu depois da vexaminosa derrota de 4 a zero para a Alemanha era o retrato do bufão vivendo o seu momento de tragédia, depois de ter estrelado uma seqüência de atos cômicos.
Se, como diziam até anteontem, o que conta é a eficiência, é o resultado, Maradona e Dunga se igualam, não? Chegaram ao mesmo lugar. Mas eu ainda sou um pouquinho mais pró-Maradona. É evidente que o baixinho não se leva muito a sério.
Já Dunga, o nosso Zangado, pode ser definido com a tintas com que Marx definiu Luís Napoleão: é “vítima de sua própria concepção do mundo, o bufão sério que não mais toma a história universal por uma comédia e sim a sua própria comédia pela história universal.”
Maradona, como técnico, nunca foi além do folclore. Dunga era candidato não só ao título, dizia-se, como a professor de Educação Moral e Cívica. Li hoje no Estadão, e deve ser verdade, que ele costumava “gerenciar” até o que os jogadores comiam, com quem falavam, os e-mails que mandavam.
Kim Dung-Il para técnico da Coréia do Norte!
PS - Ah, sim: o lance futebolístico mais bonito desta Copa, por enquanto, foi estrelado por Maradona. Uma bola espirrou para a lateral do campo. E ele, praticamente de costas, meteu o calcanhar nela, como quem diz: “Hoje é sábado”.
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