Em 25 de maio de 2008, exatamente dois anos atrás da pesquisa publicada hoje, o Datafolha já fazia um levantamento sobre a sucessão presidencial. Dilma Rousseff já era candidata e, desde lá, portanto há dois anos, está fazendo campanha declarada, com o apoio da máquina pública, escorada no presidente Lula. Naquela pesquisa, José Serra aparecia com 38% das intenções de voto. Hoje, Serra está com 36%. Portanto, o tucano tem um patamar de votos sólido, consolidado, definido a seu favor. Ele está entre 35% e 40%. Para vencer as eleições, José Serra já conquistou 70% dos votos que necessita. Faltam 30%. O patamar de Dilma Rousseff é uma incógnita. Bastou Lula viajar uma semana para o exterior para que desabasse nas pesquisas. Sozinha, sem o bafo quente e pesado de Lula, a boneca inflável não segura a onda. É fraquíssima. Sem a bomba pneumática federal, a partir de abril, a sua tendência é esvaziar ainda mais. Os grandes momentos de Dilma, como candidata, já passaram, enquanto reinou sozinha, tendo o palanque público durante dois anos à sua disposição. O PAC 2, que será lançado na segunda-feira, depois do furacão da pesquisa Datafolha publicada hoje, ainda não vai estar com cara de velório. Vai estar com cara de UTI. Mas vai estar todo mundo sabendo que, quando desligarem os aparelhos da máquina pública e a doente tiver que sobreviver pelas próprias forças, só um milagre pode salvar a moribunda.
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