Vera Rosa e Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
Dois meses após tomar posse, a presidente Dilma Rousseff tentará amenizar o impacto do anúncio do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento entregando um pacote de bondades, em março. A estratégia mostrará Dilma mais próxima da população de baixa renda justamente no mês da mulher. Em visita a Irecê (BA), na terça-feira, ela divulgará a medida mais esperada: o reajuste do Bolsa Família, vitrine social do governo Lula.
O último aumento foi dado em setembro de 2009. De lá para cá, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, ficou em 9,53%. Encravada no sertão baiano, Irecê integra o Polígono das Secas no Nordeste e é administrada pelo PT. Lá, 7 mil famílias são beneficiadas pelo maior programa de transferência de renda do governo. Hoje, o Bolsa Família paga benefícios que vão de R$ 22 a R$ 200 e atende 12,9 milhões de famílias.
Primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma decidiu aparecer mais no mês dedicado a “elas”. Acostumada a reuniões de gabinete, ela aproveitará o mês da mulher para promover atividades e lançar programas. O Dia da Mulher é comemorado em 8 de março, mas, como neste ano cairá na terça-feira de Carnaval, a presidente vai estender as comemorações.
Campanha. Uma campanha publicitária a ser exibida na TV e no rádio, a partir de terça, destacará, nas entrelinhas, a chegada de uma mulher ao Palácio do Planalto. “No Brasil de hoje, ela pode ser o que quiser”, diz o slogan da propaganda. “Quando as mulheres transformam sua história, o Brasil inteiro se transforma com elas.” Programada para ir ao ar em inserções de 30 segundos e em anúncios de jornais e revistas, a campanha baterá na tecla de que o Brasil está no caminho da igualdade e da geração de oportunidades.
“Hoje, as mulheres podem ser engenheiras, cientistas, agricultoras ou jogadoras de futebol. Podem ser médicas, mães, empresárias ou operárias. Podem conquistar o que quiserem”, afirma a propaganda.
Em Irecê, após acompanhar trabalhadoras rurais no “Expresso Cidadã” - ônibus que faz mutirão pelo País para atender mulheres em busca de documentos -, Dilma também assinará convênios. Vai registrar, por exemplo, um contrato do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) feito sob medida para mulheres e vai visitar uma feira de produtos agrícolas organizada por beneficiárias de programas.
Por Vera Rosa e Tania Monteiro, no Estadão:
O pacote de bondades não para por aí. Dilma pediu pressa ao Ministério da Saúde na preparação da Rede Cegonha, que prevê assistência médico-hospitalar a gestantes. Haverá o lançamento da campanha de combate ao câncer de mama e do colo de útero e a instalação do Fórum Direitos de Cidadania. Datado de 2007, o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres também será assinado pelo Rio Grande do Sul, único Estado que não o havia subscrito. Aqui
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